terça-feira, 14 de outubro de 2014

1ºD: Mais musas

Mnemosine e as Musas

 
Mnemosine - a deusa de memória, era filha de Géia e Urano. Tendo se unido a Zeus gerou nove filhas: as Musas. Hesíodo pastoreava seus rebanhos no Hélicon quando as Musas se dirigiram a ele e lhe disseram que sabiam mentir e revelar a verdade. Deram-lhe um ramo de loureiro e iniciaram-no como poeta. Em vista disso, ele contou-nos as origens ancestrais dos deuses.
 
O esquecimento das tristezas e cessação dos cuidados eram governados pela personificação de Lethe ou Lesmosyne - a deusa do esquecimento. Como um rio, faz parte do Mundo Subterrâneo que era denominado "campos leteus ou a casa de Lethe", porque na região infernal havia também uma fonte de Mnemósine.
 
Longe de outros deuses Mnemosine deu a luz às suas filhas, as Musas que moravam com as Graças e Hímero, o duplo de Eros. Elas seguiam os caminhos do Olimpo entoando um canto imortal. Seus hinos ecoavam pela terra e lindo era o som dos seus passos. Tinham também um local de dança no cume do Hélicon e do altar de Zeus. Todas as vezes que se dirigiam ao Olimpo iam envoltas em nuvens, quando só se podia ouvir as suas vozesmaravilhosamente belas na noite. 
 
As Musas sempre foram descritas pelos poetas como fonte de inspiração e diziam serem em quantidade muito maior. Da boca das pessoas que elas amavam fluíam a fala meiga e o doce canto. Elas também eram chamadas de Mnéias, plural de Mnemósine. Supunha-se que elas haviam sido chamadas: Mélete, "a que pratica"; Mneme,"a que recorda"; e Aede, "a que canta". 
  • Calíope - Musa da Eloquência
  • Clio ou Kleio - Musa da História
  • Erato - Musa da Poesia romântica
  • Euterpe - Musa da Música
  • Melpômene - Musa da tragédia e alegria
  • Polimnia - Musa da poesia lírica
  • Terpsícore - Musa da dança
  • Talia - Musa da comédia
  • Urânia - Musa da astronomia e da astrologia
 
Afirmavam os poetas que tudo que diziam era apenas repetição do que as Musas lhes haviam dito e davam a elas todo o crédito. Eles invocavam sua Musa e esperavam que ela viessem atendê-los na sua inspiração. Quando as Musas cantavam, tudo se imobilizava: o céu, as estrelas, o mar e os rios. Podiam assumir a forma de pássaros e se achavam muito próximas das ninfas das fontes, exatamente como sua mãe Mnemósina que era associada às nascentes, tanto no mundo subterrâneo quanto no mundo superior.
 
 Calíope
Musa da Eloquência
 
 
Seu nome tem o significado de rosto formoso. Era a mais velha, mais sábia e distinta das nove musas. Tinha uma linda voz e foi a mãe das sereias, dos coribantes, de Orfeu e Linus com Apolo. 
 
Atuou como mediadora na disputa de Adônis entre Perséfone e Afrodite. Representada sob a figura de uma donzela de ar majestoso, coroada de louros e armada de grinaldas, aparece sentada em atitude de meditação e um livro tendo, junto de si, mais três livros: a Ilíada, a Odisseia e a Eneida. Seus símbolos são um pergaminho,  a tábua de escrever e um estilete. 



 
 
Clio ou Kleio
Musa da História
 
Seu nome tem o significado "Proclamadora. Com Pierus rei da Macedônia, foi a mãe de Jacinto. A ela é atribuída a introdução do alfabeto fenício na Grécia.
 
Era a que divulgava e celebrava realizações, a que dá fama. Seus símbolos usuaus são um rolo de pergaminho ou um conjunto de tábuas para a escrita. 
 

  
 
 
 
 
Erato
Musa da poesia amorosa e romântica
 
 
Seu nome tem o significado "Adorável", a amável, que desperta o desejo. A Musa da poesia lírica, particularmente a poesia amorosa ou erótica, e da mímica. Ela é representada usualmente com uma lira ou com uma coroa de rosas. Teve com Arcas o filho Azan.
 







Euterpe 
Musa da História
Seu nome tem o significado "Delícia, plena alegria". Pela cultura grega, é uma das nove musas de Apolo. Além da Música, é a Musa da alegria e do prazer e do tocar de flauta. A ela atribui-se a invenção da flauta dupla, que é o seu símbolo. No final do período clássico foi nomeada a musa da poesia lírica e usava uma flauta. Alguns consideram que tenha inventado aulos ou flauta-dupla, mas a maioria dos mitólogos dão crédito a Marsyas.  
 
 

 
 
 
 
Melpômene
Musa da tragédia e da alegria
 
Seu nome tem o significado de "Coro", a que canta. A Musa da tragédia é usualmente representada com uma máscara trágica e usando os coturnos - botas tradicionalmente gastas e usadas pelos atores. Algumas vezes ela segura uma faca ou bastão em uma mão, e a máscara na outra, e uma coroa de ciprestes.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Polímnia
Musa da poesia lírica
 
 
Seu nome tem o significado de "muitas canções e da narração de histórias". É a Musa grega do hino sagrado, da eloquência e da dança, representadausualmente numa posição pensativa ou meditativa.
 
Ela é uma mulher de olhar sério, vestindo num longo manto. Algumas vezes pensativa tem um dedo na boca, também era considerada a Musa da geometria, meditação e agricultura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Terpsícore
Musa da dança
 
Seu nome tem o significado "Delícia de dançar", a radiante ou rodopiante. Seu símbolo é a lira. De acordo com algumas tradições, ela é a mãe da sereias junto com o deus ribeirinho Aquelau.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Talia
Musa da Comédia
 
Seu nome tem o significado "Festividade". É a Musa grega que preside a comédia e a poesia leve, a que floresce e festiva.
 
Seus símbolos são a máscara cômica e um cajado de pastor. Talia também é o nome de uma das Graças ou Cárites.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Urânia
Musa da Astronomia e Astrologia
 
Seu nome tem o significado "Rainha das montanhas", a celestial. Musa grega da astronomia e da astrologia, é representada com um globo na mão esquerda e um prendedor na direita. Urânia veste-se com um manto bordado com estrelas e ela mantém seus olhos fixos no céu.
 
 
 
 
 
  
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Mnemosine era a divindade que mantinha vivos os fatos frente aos perigos da infinitude e aos perigos do esquecimento que na cosmogonia grega aparece como um rio, o Lete, um rio a cruzar a morada dos mortos que provocava letal esquecimento. No Tártaro, era de onde as almas bebiam sua água quando estavam prestes a se reencarnarem e, por isso, esqueciam sua existência anterior.
 
A mnemónica, que partilha a etimologia de Mnemosine, é usada como auxiliar de memória, para memorizar listas e fórmulas, baseadas em formas simples de memorização, dentro do princípio de que a mente humana tem mais facilidade de memorizar dados quando estes são associados a informação pessoal, espacial ou de caráter relativamente importante, com significado aparente, pois sequências sem algum sentido são igualmente difíceis de memorizar.
 
Também pertence à mesma família etimológica pertence a palavra Música - que concerne às Musas e Museu - o templo das Musas, onde elas residem ou onde alguém se aperfeiçoa nas diversas artes.

Era através da audição do canto que o homem comum podia romper os estreitos limites de suas possibilidades físicas de movimento e visão, transcender suas fronteiras geográficas e temporais, entrar em contato e contemplar figuras, fatos e mundos que pelo poder do canto se tornavam audíveis, visíveis e presentes. O poeta, portanto, tem na palavra cantada o poder de ultrapassar e superar todos os bloqueios e distâncias espaciais e temporais, um poder que lhe é conferido pela Memória ou Mnemosine, através das palavras cantadas das Musas.
 
O dom de Mnemósine é conduzir o côro das Musas e, confundindo-se com elas, presidir a função poética. A Grécia arcaica da mesma forma que diviniza a função psicológica da memória e  diviniza a possibilidade de suas funções. A poesia é uma espécie de possessão pelas Musas, de delírio divino que toma o poeta e o transforma no intérprete de Mnemósine, daquela que tudo sabe.
 
Conhecer os mitos é aprender o segredo da origem das coisas. Aprende-se não só como as coisas passaram a existir, mas também onde as encontrar e como fazê-las ressurgir quando elas desaparecem. No contexto mítico, recordar significa resgatar um momento originário e torná-lo eterno. A recordação, como resgate do tempo, confere imortalidadeàquilo que ordinariamente estaria perdido de modo irrecuperável. Traz de novo a presença dos Deuses, os feitos exemplares que forjam os heróis e que perseguimos ainda hoje como modelos exemplares. Nos coloca novamente em presença das tradições dos antepassados que nos tornaram o que somos.

O papel da memória não é apenas o de simples reconhecimento de conteúdos passados, mas um efetivo reviver que leva em si todo ou parte deste passado. É o de fazer aparecer novamente as coisas depois que desaparecem. É graças à faculdade de recordar que, de algum modo, escapamos da morte. O esquecimento é a impermanência, a mortalidade. Conforme Platão: a natureza mortal procura, na medida do possível, ser e ficar imortal.
 
O lugar da memória é o lugar da imortalidade, que guarda a glória imortal das obras produzidas e deixadas para as gerações. São os filhos uma espécie de memória que se perpetua pelo sangue ou pelos genes. São os valores e as culturas, que permanecem como expressão máxima do pensamento e do sentimento humano.
 
A memória não está apenas no passado, mas está presente em nossos corpos, em nosso idioma, no que valorizamos, no que aprendemos, tememos e no que esperamos. A memória liga o presente ao passado, mostra a diferença e aponta a repetição, permitindo que possamos admirar o que é novo. Porque só é novo aquilo que procuramos referências na memória e não encontramos, pois no instante seguinte em que percebemos algo novo, ele já pertence ao passado e ao domínio da memória.
 
Não nos lembramos de tudo, lembramos aquilo que tem significado, aquilo que é importante. Assim, vivemos entre a memória e o esquecimento, talvez porque vivamos entre o ser e o não ser mais. Certamente precisamos de ambos para viver. A memória nos faz lembrar de quem somos e é o que nos faz querer ir a algum lugar.

1º D: Musas

tigamente, e ainda hoje em dia, várias civilizações ligavam cada acontecimento a uma entidade divina. Fosse uma simples brisa ou uma tempestade de raios, a responsabilidade caía sobre os deuses.
Na Grécia Antiga, não era diferente, mas tenho certeza que muitos de vocês já ouviram falar dos grandes deuses do Olimpo: Zeus, Poseidon e Hades. Além deles, existem muitos outros, mas que são desconhecidos, por isso, hoje veremos algumas divindades que eram responsáveis por inspirar o desenvolvimento artístico e científico: as musas de Zeus.
Segundo a mitologia grega, depois da derrota dos Titãs pelos olimpianos foi solicitada a Zeus a criação de personagens que fossem responsáveis por cantar eternamente a vitória obtida, foi então que Zeus teve nove filhas com Mnemósine, a deusa da memória. Inicialmente, as nove representavam apenas a música, mas, posteriormente, tornaram-se imagens de outras artes.
As nove musas possuíam um templo, chamado de Museion – daí originou-se a palavra Museu – e eram elas:
Calíope
h
A musa da eloquência e da poesia épica; possuía a mais bela voz dentre as nove. Era a mais velha e mais sábia.

CLIO

CalliopeMarcello_Bacciarelli
Esta é a musa da história, responsável por celebrações, por dar fama a alguém; também, segundo a lenda, foi ela quem introduziu o alfabeto fenício na Grécia.
Érato 
erato_musa
Também conhecida como a musa da poesia amorosa/romântica, a que é adorável e que desperta o desejo.
Euterpe 
EUTERPE (1)
A musa da música, da alegria; um de seus símbolos é uma flauta dupla, a quem vários historiadores consideram-na como invenção da filha de Zeus.
Melpômene
Melpomene
A musa da tragédia e da alegria; possui uma maior influência no teatro; pode ser reconhecida usando uma máscara trágica, bem como algumas botas que foram usadas por atores.
Polímnia
Polímnia
Enquanto Érato é a musa da poesia amorosa, Polímnia é a da poesia lírica; seu nome significa várias canções e sua expressão geralmente é pensativa, também é considerada a musa da dança.
Terpsícore
Euterpe
Igual à Polímnia, Terpsícore também é considerada uma musa da dança, entretanto, de uma dança mais animada. Algumas culturas dizem que ela é mãe das sereias

TALIA

musa_talia
A musa da comédia; seu nome significa festividade; é aquela que precede a comédia e que estimula as festas e celebrações.
Urânia
A Rainha das Montanhas (significado de seu nome) é a musa da astronomia e da astrologia. Em suas mãos, carrega sempre um globo e um compasso. É responsável por dar inspiração a astrônomos e astrólogos.

1ºD: Cárites ou Graças

Cárites ou Graças

As Cárites ou Graças, eram musas do encanto, da beleza, da natureza, da criatividade humana e da fertilidade, que dançavam juntas à luz da Lua. Habitualmente eram consideradas três: a menor Aglaya - o esplendor e beleza, Eufrósine - aquela que alegra o coração e Talía - aquela que faz florescer.

As Cárites também estavam associadas com o inframundo e os mistérios eleusinos. O rio Cefiso estava consagrado a elas e tinham suas próprias festividades, as Caritesias ou Carisias. Elas presidiam sobre os banquetes, danças e todos os outros eventos sociais agradáveis, trazendo alegria para os deuses e aos mortais.

Eram as auxiliares especiais das divindades do amor, Afrodite e Eros, e junto com outras Musas, cantavam aos deuses no Monte Olimpo quando Apolo tocava sua lira. Elas formavam junto com outras Musas, o cortejo de Apolo, na sua qualidade de deus da poesia e da música.

Residindo no Olimpo, também faziam parte do cortejo de Afrodite a quem prestavam todos os cuidados, zelando por sua beleza e por seus prazeres. Quando Atena saia no exercício das suas atribuições pacíficas, nos trabalhos artísticos e operações espirituais, as Cárites a acompanhavam.

Como as Musas, acreditava-se que elas davam o dom aos artistas e poetas para a criação de lindos trabalhos de arte. As Graças eram tratadas como uma espécie de encarnação tripla de graça e beleza, uma triplicidade de Afrodite. Na arte elas normalmente são representadas como jovens virgens dançando num círculo.

Aglaya,
- o esplendor - a resplandecente, a que brilha, a esplendorosa, a esplêndida - era a mais jovem e bela das três Cárites. Simbolizava a inteligência, o poder criativo e a intuição do intelecto. Segundo algumas versões, era esposa de Hefesto - ainda que a versão mais difundida é de que Hefesto era casado com a deusa Afrodite. Seu casamento explica a tradicional associação das Graças com as artes. Aglaya era mãe de: * Eucleia, deusa da boa reputação e a glória * Eufeme, deusa do correto discurso * Eutenia, deusa da prosperidade e a plenitude * Filofrósine, deusa da amabilidade as boas-vindas.

Eufrósine
- o júbilo e alegria, era quem alegrava os corações. Alguns consideram que é a Graça intermedia entre Talía e Aglaya.

Talía
- a festividade, aquela que fazia florescer, era a musa da comédia e da poesia bucólica ou pastoril. Era uma divinidade de caráter rural e era representada como uma jovem de aspecto zombador, levando em suas mãos uma máscara cómica e um cajado de pastor, uma coroa de hera na cabeça como símbolo da imortalidade e calçada de borceguíé ou sandálias. Foi mãe dos Coribantes junto com Apolo, sendo a maior das três Cárites ou as Obrigado. Presidia os banquetes e outras festividades, outorgando os dons da abundância e a fertilidade. Nas representações artísticas distingue-se por ser a única das três que leva flores na cabeça. Em outras obras aparece completamente vestida, em comparação com suas outras duas irmãs, que aparecem semidesnudas ou completamente nuas.
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Graça em sua primeira acepção designa a qualidade ou conjunto de qualidades que fazem agradável a pessoa que tem graça, ou aquela que é Cômica, que faz graça. No começo do século 20 era comum perguntar: - Qual é a sua graça? quando se perguntava o nome de uma pessoa. Este costume, que ainda hoje se mantem em alguns lugares, e vem da cerimônia de batismo, quando se tornando um cristão, recebe a graça de Deus e, junto com a graça, recebe um nome.
O vocábulo Graça provém do latim gratia, que deriva de gratus - grato, agradecido - e por isso as Cárites ou Graças eram chamadas de As Obrigado. Graça derivado do latim gratiis - é o que foi dado pelas graças, gratuitamente e ainda gratificar, que desde o século 15, equivale a agradecer.

Pede-se 
uma graça a Deus; cai-se nas graças de alguém, diz-se estar em estado de graça quando se sente imensamente feliz, faz-se graças para despertar o riso, tem-se a graça de conceber um filho. Das Graças herdamos as expressões: ficar em estado de Graça, ansiamos pelas Graças de Deus e também pelo desejo de reunir em uma só palavra esse estado de beleza e alegria, que embora sendo uma dádiva ou presente divino, é fruto do esforço humano.

Elas dispensam aos homens não somente a alegria e igualdade de humor, mas a liberdade, eloquencia e prudência. As Cárites operam arquetipicamente em nós como forças que promovem impulsos dirigidos para a beleza e para plenitude de expressão. As encontramos em nossa consciência sempre quando tentamos construir uma obra de arte a partir do nosso eu interior.
 

São as dádivas das Graças que trazem mais sabor às nossas vidas e nos fazem sonhar, além de nos inspirar em pequenos gestos que operam como milagres. Quando estamos apaixonados, diz-se estar em estado de Graça, o espírito das Três Garças nos acompanha de forma peculiar, diferente do que acontece no cotidiano. Quando se ama, no reino do amor não existe nenhuma competição, possessividade ou controle. Quanto mais amor se distribui, mais amor se tem.

No ritmo secreto do universo é o amor que move o mundo; é a origem, o destino e centro de nossas experiências.
 E as Graças ainda passam por nós todos os dias, nos convidando a sorrir, achar graça em tudo, para vivenciar a passagem suave e cheia de encanto das três Graças por nossas vidas.

1ºs: Vídeo 2: O Mito da Caverna - Filosofia

1ºs: Video 1: O Mito da Caverna: Platão - Dublado